terça-feira, 19 de maio de 2009

Sejam bem vindos ao blog do Filme Larissa S/A

É com essa capa que nosso projeto tem percorrido encontros com empresas, pessoas, parceiras e parceiros de caminhada de Curta (ou Média) Metragem "Larissa S/A". Sem dúvida foi muita garra e batalha para colocar cada logotipo presente e incluvise o RG da nossa Larissa... PRONAC: 084140... Número do projeto junto ao Ministério da Cultura.
Nesse corredor, como se apresenta na foto, quem segue a carreira executiva encontrará muitas linhas para seguir almejando a perspectiva de Sucesso. Porém, desde que trabalhei na área ainda nos idos de 1999 (Sim! Meu primeiro ano em TI teve Bug do Milênio!), sempre fiquei com indagações sobre como a vivência e o método executivo empresarial migram para a esfera privada e para as relações humanas mais intrínsecas. Até que ponto ser executivo e pessoa?
Quando via perspectivas de trabalhar 15 horas por dia e alguns finais de semana, eu me perguntei mais ainda a respeito.
Acredito que não tenho respostas, mas posso compartilhar impressões sobre estas questões, tanto que em 2001, ano em que batalhava entrar na Faculdade de Cinema, Rádio e TV da ECA/USP, eu e um grandissíssimo amigo meu, o Carlos Alexandre, criamos uma personagem, uma executiva de sucesso que não conseguia lidar com a lembrança de uma pessoa que ela amou.
Lembro que o Carlos Alê trouxe uma carta (que se perdeu, diga-se de passagem) de composição heterônima. Nela, Carlos assumiu o nome de Ricardo, um antigo namorado de Larissa, que escreve sobre o reencontro entre com Larissa, mas ele não a reconhece mais. Ele pede desculpas e se retira diante do equivoco e ela... e ELA?
Somente roteirizando tal história, criando suas biografias, seus pais, mães, bairro para tornar vivo tal sentimento... e aos poucos fui me encantando com diversos outros filmes que de alguma forma dialogam com o caminho de Larissa S/A, dentre eles São Paulo Sociedade Anônima (1965) do Person, de certa forma o "Igualdade é Branca" do Kieslowski, entre outros.
Bom, mas não quero me alongar muito por aqui até porque estou ansioso das postagens de vocês a cerca da nossa Larissa.
Isso é só o começo!
Renato Candido (cineasta que teimosamente insiste na Larissa desde 2002... hehehe)

2 comentários:

  1. SALVE ! SALVE ! LONGA VIDA AO CURTA...AO MÉDIA...AO LARISSA S/A!
    VAMO NESSA!

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  2. "...mas ele não a reconhece mais". Isso foi um síntese brilhante daquilo que, na minha opinião, constitui a grande força e beleza do seu roteiro. Ricardo busca uma pessoa que se perdeu, mas não apenas para ele - perdeu-se também para ela, em algum ponto desse universo de baias, corredores e... paredes de vidro - não porque esse espaço exigisse a construção de uma nova identidade, mas sim porque Larissa necessitava de uma nova persona para sentir-se capaz de proposperar ali. A jornada da nossa heroína é a busca por essa pessoa, de quem a volta de Ricardo a relembra (com desprezo a princípio? Mas, depois, com saudade). Possivelmente a questão seja justamente essa: o quanto alguém pode romper com um passado ou com aquele que foi um dia, sem se perder no processo. Acho sintomático que Ricardo, em uma determinada cena, apresente uma foto antiga para Larissa - ela certamente não se reconhece ali. Aprendeu a ver uma outra pessoa todos os dias no espelho. Mas a fotografia (o mero vislumbre de uma foto é sempre uma viagem no tempo) devolve aos poucos os contornos do rosto esquecido e logo a imagem presente volta a reconhecer os traços da imagem passada. Não sei se fui longe demais, mas, já que cheguei nesse ponto, não custa citar um poeta inglês: "Estou à procura do rosto que tinha, antes de o mundo ser criado".
    Parabéns pelo projeto e pelo Blog!

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